Ao abordar o tema do filantropo-capitalismo em Saúde Global, Susan Erikson foca em discutir a crescente “financeirização” da área, destacando a proeminência de transações financeiras secretas e clandestinas nesse processo. O mais relevante, talvez, é a inserção desses fenômenos no processo de desmantelamento da saúde pública em países em desenvolvimento, o qual cede lugar a uma abordagem à saúde orientada pelo mercado e protagonizada pelo setor privado. A saúde passa a ser vista, pela primeira vez, como uma área de investimento com potencial para oferecer lucro. Assim, o artigo levanta questões de vital importância para o campo da Saúde Global, em especial ao refletir sobre as contradições entre valor de mercado e melhorias no campo da saúde, a exclusão e a desigualdade provocadas pelo “segredo” e “clandestinidade” do mundo financeiro por trás da filantropia e, por fim, uma visão crítica frente à filantropia enquanto solução para questões de saúde no mundo em desenvolvimento. Enviado por Larissa Capovilla
Artigo disponível em: https://www.journals.uchicago.edu/doi/full/10.1086/683271