Nesta entrevista cedida por Cida Bento e mediada por Daniel Teixeira, ambos diretores do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), são apresentadas as divergências estruturais de uma sociedade racista e que, com o advento do coronavírus, são previstos os agravamentos e a polarização ainda maiores com que pessoas negras e brancas viveriam nesta mesma pandemia. Observa-se que sua postagem foi realizada ainda no início do surto no Brasil, quando não havia um número tão gigantesco de mortes registradas pelo vírus e muito menos as crises econômicas e sociais que se alastrariam pelos próximos anos – alguns estudiosos já cogitam dizer, inclusive, que esta será uma “década perdida” para a recuperação socioeconômica no Brasil.
Desta forma, são destacadas que tanto as moradias, quanto a necessidade de se deslocarem para trabalhar e até mesmo o fato de que pessoas negras apresentam um alto índice de diabetes e pressão alta seriam rupturas do tecido social que, apesar de já existentes há muito tempo no Brasil, seriam profundamente escrachadas. Fator simbólico disso, para além das explicações acima, foi o fato de que a primeira morte registrada no país foi de uma empregada doméstica negra, que foi contaminada por sua patroa, que havia visitado a Europa. Sendo assim, o vírus evidenciou um impacto na saúde global que fora previsto por Cida Bento, ainda no primeiro semestre de 2020: apesar de aparentemente todos estarem suscetíveis a se contaminaram, as pessoas mais vulneráveis e afetadas seriam pessoas pretas.
Enviado por Dâmares Bernardino
Notícia disponível no Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT): https://ceert.org.br/noticias/direitos-humanos/26651/cida-bento-reflete- sobre-a-branquitude-e-o-impacto-do-racismo-na-crise-do-coronavirus
