Artigo de Kerry Cullinan, publicado no periódico Health Policy Watch, apresenta as principais preocupações de diversas organizações da sociedade civil com relação à componente de prevenção no texto do “rascunho zero” do acordo da OMS sobre prevenção, preparação e resposta a pandemias. Para essa entidades, seria necessário tratar dos fatores sociais, ambientais e alimentares que levam à dispersão de patógenos de populações animais para comunidade humanas. Esses fatores envolvem desde o desflorestamento, que levam populações animais tais como morcegos (que carreiam um amplo espectro de patógenos mortais) a se mudarem para habitats humanos, até o tráfico e o comércio de animais silvestres, passando pela produção industrial, venda e abate de espécies de animais selvagens.
O artigo na íntegra pode ser acessado aqui.
Para solucionar o problema, em reunião de stakeholders no último dia 14 de fevereiro, conduzida pelo Secretariado da OMS, representantes da sociedade civil sugeriram a identificação e a priorização de ações de prevenção de dispersão zoonótica, baseada em uma regulação reforçada sobre os mercados e sobre as cadeias de comercialização internacionais e domésticas de animais selvagens; e a expansão da lista de emergência do risco de patógenos que inclua não apenas o desflorestamento, mas também a perda, a fragmentação e a detração de ecossistemas e o fortalecimento da força de trabalho em saúde animal, entre outras medidas.
Para a sociedade civil, o “rascunho zero” carece de linguagem que obrigue os Estados a tomar medidas que assegurem a equidade, entre as quais que os governos invistam em pesquisa e desenvolvimento e no fortalecimento das capacidades de produção de tecnologias voltadas a pandemias. Outros sugerem ser importante que o financiamento público seja condicionado ao compartilhamento de tecnologias, de conhecimentos e de direitos de propriedade intelectual como desenvolvedores e produtores do Sul Global.
