Os esgotos doméstico e hospitalar podem carregar o COVID-19 para a água doce e colocar anfíbios e peixes em risco. Pensando nisso, pesquisadores da USP, UFG, Unifal, IFG, UFC e Unesp conduziram pesquisas simulando ambientes aquáticos contaminados com fragmentos da proteína do coronavírus, para avaliar seu impacto na fisiologia dos animais. A exposição gerou estresse oxidativo nos girinos e larvas de pernilongo, e o mesmo aconteceu quando eles entraram em contato com químicos provenientes da azitromicina e hidroxicloroquina. A interpretação dos pesquisadores é a de que a combinação dos dois remédios tem potencial de causar dano ao sistema nervoso dos peixes. Enquanto isso, o efeito em seres humanos ainda é incerto.
Apesar de ainda ser difícil afirmar se algum animal poderia ser um bom modelo para testar a toxicologia de remédios usados no tratamento de COVID-19, a espécie Zebrafish (ou peixe listrado) já se mostrou promissor como modelo para o desenvolvimento de vacinas, porque eles têm inflamações e reações parecidas com as encontradas em seres humanos infectados pelo coronavírus, além de desenvolver anticorpos contra o vírus ao entrar em contato com sua proteína. Esses animais podem ser uma alternativa mais econômica de testar a segurança, efetividade e toxicidade das vacinas.
Enviado por Karla Maria Ribeiro Vialta
Notícia de Sarah Schmidt disponível na Revista Fapesp: https://revistapesquisa.fapesp.br/quando-animais-aquaticos-encontram-o-novo-coronavirus/