A reportagem, de autoria de Victoria Damasceno, foi publicada na última quinta-feira (9 de setembro), e exemplifica a forma como a discriminação de gênero pode operar no sistema de saúde, dificultando o exercício dos direitos reprodutivos pelas mulheres. O artigo relata que existem pelo menos sete Unidades Básicas de Saúde na cidade de São Paulo que pedem autorização do marido para inserção do DIU, o dispositivo intrauterino (a prática também foi verificada em alguns seguros de saúde em São Paulo e Minas Gerais). A exigência não é o único obstáculo para obter o contraceptivo: a obrigação de participar de aulas de planejamento familiar (que só deveriam ser requisitadas em caso de esterilização cirúrgica), bem como a demora para para realizar o procedimento também dificultam o acesso das mulheres à contracepção. As unidades são terceirizadas e a maioria localiza-se nas periferias da cidade, o que evidencia a relevância dos fatores geográficos no acesso à saúde, somados aos determinantes de gênero. Enviado por Debora Tunes do Nascimento
Notícia disponível na Folha: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/09/postos-de-saude-de-sp-pedem-autorizacao-do-marido-para-insercao-do-diu-pratica-e-ilegal.shtml