Mesmo um ano e nove meses após a OMS declarar a pandemia da Covid-19 e com um número de mortes decorrentes do vírus no Brasil que já ultrapassa 610 mil, diversos grupos da sociedade brasileira ainda se encontram em situação de extrema vulnerabilidade dado a incapacidade do Governo Federal de coordenar medidas de contenção do vírus e proteção da população. O artigo enviado se desdobra sobre a situação dos motoristas de ônibus urbanos, classe extremamente afetada pela pandemia como os dados levantados no próprio artigo indicam. A classe dos motoristas de ônibus teve a segunda maior alta de desligamentos do trabalho por morte comparando-se o primeiro quadrimestre dos anos de 2019 e 2021, segundo dados da Cages. Ademais, segundo estudo do Coppe, eles são a segunda classe de profissionais com maior risco de contrair o CoronaVírus, atrás apenas dos profissionais de saúde. Mesmo com a situação alarmante vivida por esses profissionais houve uma omissão por parte das empresas de transporte rodoviário interurbano e do próprio governo federal que falharam em fornecer as condições de proteção adequadas a esses motoristas. As empresas falharam em fornecer condições mínimas de proteção tais como barreiras físicas de proteção aos motoristas, ventilação apropriada ou mesmo matérias básicas de proteção. Já o governo federal falhou em dar suporte a essas empresas. Para além da situação macro, o autor também aborda o cotidiano de diversos motoristas de ônibus durante a pandemia, expondo desde a falta de apoio de parte dos frequentadores de transporte público, até a indignação da classe acerca de sua ausência nos grupos prioritários para a vacinação. Nas palavras do motorista Renato Galdino:
“Somos nós que levamos nos ônibus o policial, o professor, o enfermeiro. A gente não é linha de frente?”
Enviado por Matheus Rissoli.
Artigo de Tiago Coelho para Revista Piauí: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/o-medo-e-constante-chefe/