O acesso à informação na pandemia, de Julio Macedo Yamamoto

18 novembro 2021

O acesso à informação na pandemia, de Julio Macedo Yamamoto

Com a pandemia surgiram diversas mudanças no cotidiano da população, uma delas foi no campo da informação, mais especificamente no consumo de internet, segundo o IX.br houve uma mudança no comportamento de consumo, sendo que o consumo em dias de semana passou a ser parecido com o de final de semana (imagem abaixo) no qual ocorrem o inicio do  consumo de manhã e constante no horário do almoço e um pico de noite.

Foto: IX.br/Reprodução

Essa mudança no consumo da internet também significou uma cambio nos veículos de informação, um exemplo são os podcast que segundo uma pesquisa feita pelo globo em parceria com o ibope cerca de 57% da população passou a consumir o gênero de podcast.

Os podcast não foram os únicos meios selecionados para se informar, e essa abundância de informação, acabou por gerar uma Infodemia, que é uma epidemia de falsas informações ou até mesmo informações errôneas que acabam por criar um ambiente caótico.

O YouTube geralmente é relacionado a essa infodemia, todavia um artigo publicado na Revista Latinoamericana de Ciencias de la comunicacion, no qual  a autora analisou 65 vídeos de influenciadores na ferramenta, foi concluído que a maioria dos vídeos adotavam um tom técnico cientifico sendo divulgado tanto por médicos e cientistas quanto por influencers, no estudo também a autora encontrou vídeos com tom negacionista, esses vídeos fugiam da abordagem técnico cientifica e focava mais no tom politico e econômico, todavia esses vídeos eram minorias, parte dessa filtragem de vídeos na plataforma se deu a politica adotada pelo YouTube de derrubar vídeos que divulgassem informações deturpadas.

Essa “censura” por parte das empresas responsáveis pelas redes sociais, fez com que os grupos com vieses extremistas adotassem outras ferramentas para se comunicar, como o caso dos antivacinas que passaram a usar o telegrama para se comunicar, visto que é uma rede social sem uma moderação mais rígida como as redes do grupo meta.

Dado essa infodemia, como que deveríamos nos informar?

Essa pergunta é respondida pelo artigo “COVID-19, as fake news e o sono da razão comunicativa gerando monstros: a narrativa dos riscos e os riscos das narrativas” de Paulo Vasconcellos, primeiro o autor traz um mundo ideal, no qual os responsáveis pela biossegurança, quando a beira de um desastre, liberam todas as informações necessárias para a população, tendo uma transparência do que vai ser realizado e como, e através das redes socias essas informações são difundidas e seguidas, todavia, não é assim que ocorre, como o autor cita o caso da Itália no qual por conta de vazamentos e falhas de controle, no qual foi vazado que o governo pretendia fazer um lockdown no norte do pais( área com mais hospitais) nas redes sociais, a população realizou um êxodo para o sul do pais, antes que o governo pudesse realizar o seu plano, o que acabou acarretando no lockdown total do país, no fim o autor chega a conclusão que o governo que deveria nortear essas referências, estabelecendo fontes confiáveis para a população, visto que seria um tema de interesse do mesmo, porém temos que isso é um desafio no Brasil atualmente, dado ao fato de que o governo perdeu essa credibilidade, visto as últimas fala do presidente que agravam essa infodemia.

A infodemia foi surgiu com o aumento do consumo de informação na internet e em tese caberia a órgãos governamentais estabelecerem o norte de quais serias as informações corretas para lidar com a crise sanitária, todavia não é isso que ocorre sendo o governo um dos agravadores dessa infodemia.

Referências:

Vasconcellos-Silva, Paulo R. e Castiel, Luis DavidCOVID-19, as fake news e o sono da razão comunicativa gerando monstros: a narrativa dos riscos e os riscos das narrativas. Cadernos de Saúde Pública [online]. 2020, v. 36, n. 7 [Acessado 16 Novembro 2021] , e00101920. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0102-311X00101920>. Epub 24 Jul 2020. ISSN 1678-4464. https://doi.org/10.1590/0102-311X00101920.

ISOLAMENTO POR CORONAVÍRUS MUDA PADRÃO DE CONSUMO DA INTERNET NO BRASIL. São Paulo, 19 mar. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2020/03/19/isolamento-por-coronavirus-muda-padrao-de-consumo-da-internet-no-brasil.ghtml. Acesso em: 16 nov. 2021.

PODCASTS E A CRESCENTE PRESENÇA ENTRE OS BRASILEIROS. São Paulo, 17 jul. 2021. Disponível em: https://gente.globo.com/pesquisa-infografico-podcasts-e-a-crescente-presenca-entre-os-brasileiros/. Acesso em: 16 nov. 2021.

 PANDEMIA DE COVID-19 NO YOUTUBE: CIÊNCIA, ENTRETENIMENTO E NEGACIONISMO. São Paulo: Revista Latinoamaericana de Ciencias de La Comunicación, 2020. Disponível em: http://revista.pubalaic.org/index.php/alaic/article/view/1688/774. Acesso em: 16 nov. 2021.

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