A notícia abaixo, da Reuters em Paris, traz a informação de que a Haute Autorite de Sante (Alta Autoridade de Saúde – HAS) recomenda que a vacina da Pfizer seja priorizada frente ao uso da vacina da Moderna, para a população de até 30 anos. O motivo da recomendação é científico: um novo estudo francês aponta que o imunizante da Moderna tem um risco associado à miocardite 5 vezes maior em indivíduos de até 30 anos, quando comparado ao da Pfizer. De qualquer forma, a publicação da HAS surge apenas como recomendação, já que o órgão não tem competência legal para suspender ou banir drogas. O HAS ainda reforça que ambos os imunizantes têm alta capacidade para lidar com o vírus da COVID-19 e têm benefícios muito superiores a qualquer risco que tragam para os pacientes. Além disso, o órgão afirma que para aqueles com mais de 30 anos, a Moderna deve ser priorizada devido à sua eficiência ligeiramente maior.Tal caso evoca muitas das discussões polêmicas que permearam a pandemia: qual vacina é mais eficiente?; as vacinas são seguras?; quais as consequências da vacina?; como a vacina pode afetar de maneiras diferentes cada indivíduo, a depender de sua idade, por exemplo? De qualquer modo, entendo que o posicionamento de um órgão como a HAS (ou de qualquer outro órgão de saúde, nacional ou internacional) frente a isso pode ser perigoso, considerando as ondas anti-vacina que ganharam força ao longo da pandemia e que também foram vistas na França. Assim, creio que cria-se uma situação muito contraditória, em que a informação é importante e necessária, uma vez que uma produção científica é realizada, mas ela deve ser ponderada analisando o contexto político atual, para que quando publicada, não seja usada contra ela mesma. Torna-se evidente essa preocupação da HAS, quando na mesma publicação, vêem necessidade de reforçar a eficiência já mais que comprovada das vacinas usadas. Enviado por Júlio Adrião D’Angelo
Notícia disponível na Medscape: https://www.medscape.com/viewarticle/962562