Disciplina eletiva do Bacharelado em Relações Internacionais da USP
Blog: saudeglobal.org
Twitter: @saudeglobal
1° SEMESTRE DE 2017 – Sextas-feiras das 14h às 18h
Local: Anfiteatro Paula Souza, térreo – Faculdade de Saúde Pública/USP (Av. Dr. Arnaldo esq. Rua Teodoro Sampaio, Metrô Clínicas) – salvo nos dias 17/3 e 26/5 em que excepcionalmente o curso será ministrado na Sala Walter Belda
Docente responsável: Deisy Ventura (IRI/USP- FSP/USP)
Assistentes: Arthur Murta (Doutorando do IRI/USP, Programa de Aperfeiçoamento do Ensino – PAE/USP) e Juliana Caires (Monitora Voluntária, Graduanda do IRI/USP)
Carga horária: 60h
Graduandos do IRI e das Faculdades de Direito, Medicina, Saúde Pública e FFLCH
I – OBJETIVOS
- Difundir estudos críticos sobre a saúde global;
- Identificar a repercussão da regulação transnacional, internacional e regional na saúde pública brasileira;
- Compreender a atuação internacional brasileira relacionada ao campo da saúde pública;
- Refletir sobre a saúde como dimensão adjetiva do direito à vida;
- Problematizar temas de saúde global por meio da arte;
- Avançar na experimentação de meios alternativos de avaliação e de difusão social de saberes acadêmicos por intermédio do blog saudeglobal.org, fortalecendo esse instrumento como recurso pedagógico
II – METODOLOGIA
O curso compreende 15 encontros de 4 horas. As primeiras duas horas serão de aula expositiva. As duas últimas horas serão dedicadas ao debate das obras de arte e dos textos recomendados, animado pela docente responsável, pelo assistente e por convidados. O último encontro será dedicado à avaliação institucional discente, à análise dos resultados da participação no blog e à entrega das notas finais.
III – AVALIAÇÃO
1) Participação no blog da disciplina (8 pontos)
Um guia de participação nas diferentes modalidades (post original, envio de notícia e comentários) será fornecido no primeiro encontro. A contribuição deverá ser remetida ao email saudeglobal2017@gmail.com
Os pesos serão os seguintes:
1.1. Redação de 2 posts inéditos relacionados à temática do curso (até 4 pontos)
Critérios de avaliação dos posts:
- a capacidade de relacionar o tema abordado à atualidade e ao programa da disciplina, e de mobilizar conteúdos trabalhados em aula;
- o senso crítico, a clareza e a objetividade;
- a metodologia da exposição (problema e plano);
- a completude e o rigor da pesquisa realizada ou da opinião emitida.
1.2. Envio de ao menos 4 posts de notícias/documentos/imagens/publicações pertinentes (até 2 pontos)
1.3. Comentários aos posts do blog – ao menos 4 (até 2 pontos)
2) Participação em aula (2 pontos), em especial a:
- baseada nos textos recomendados;
- que mobilize conteúdos das aulas anteriores;
- que relacione o curso a outras disciplinas.
IV – PROGRAMA TENTATIVO*
*O programa pode ser alterado a qualquer momento. As informações sobre as alterações serão veiculadas por meio dessa página
Data |
Aula |
Tema |
Leitura recomendada |
10 de março |
1) |
Apresentação da temática da saúde global |
– Camus, A. (1950) A Peste. Tradução de Graciliano Ramos. Rio de Janeiro: José Olympio.
– Biehl, J. (2016) Theorizing global health. Medicine Anthropology Theory, v. 3, n. 2: 127–142. |
17 de março |
2) |
14h- 15h40 – O campo da saúde global: principais conceitos e atores
16h-18h – Oficina para elaboração de posts, envio de notícias e comentários para o blog (Avaliação) |
– Cueto, M. (2015) Saúde global: uma breve história. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz.
– Ribeiro, Helena. Saúde Global: olhares do presente. Rio de Janeiro: Ed.Fiocruz, 2016.
– Kickbusch, Ilona; Ivanova, Margarita. (2013) The History and Evolution of Global Health Diplomacy. In: Kickbusch et al. (eds.), Global Health Diplomacy: Concepts, Issues, Actors, Instruments, Fora and Cases.
– Franco-Giraldo A. (2016) Salud global: una vision latinoamericana. Rev Panam Salud Publica. 39(2):128–36
|
24 de março |
3) |
Marco de cooperação da OMS com atores não-estatais |
– Birn E. (2014) Philanthrocapitalism, past and present: The Rockefeller Foundation, the Gates Foundation, and the setting(s) of the international/ global health agenda. Hypothesis 12(1): e8
– Clark J. McGoey L. (2016) The black box warning on philanthrocapitalism. The Lancet, v.388, Issue 10059, 2457-2459.
– Ventura D., Rached D. (2016) WHO and the search for accountability: a critical analysis of the new FENSA. Cadernos de Saúde Pública, aceito para publicação.
– Kamradt-Scott, A. (2015). WHO’s to blame? The World Health Organization and the 2014 Ebola outbreak in West Africa. Third World Quarterly, v. 37(3) |
31 de março |
4) |
Segurança e saúde global |
– Brooker C. (2016). Men Against Fire. Black Mirror. Season 3, Ep. 5.
– Gros, F. (2014) The Fourth Age of Security. In Vanessa Lemm and Miguel Vatter The Government of Life: Foucault, Biopolitics, and Neoliberalism
– Nunes, J (2016), ‘Security, emancipation and the ethics of vulnerability’. in J Nyman & A Burke (eds), Ethical Security Studies: A New Research Agenda. |
5 de maio |
5) |
Securitização da saúde global |
– Machado de Assis (1881). O Alienista. Domínio Público.
Jogo dos 7 erros com – Gates, B. (2015) The next outbreak? We’re not ready. TED. 08:33 minutos
– Ventura D. (2016). Do Ebola ao Zika: as emergências internacionais e a securitização da saúde global.Cadernos de Saúde Pública, 32(4), e00033316. Epub April 19, 2016.
– Mackey T. (2016) The Ebola Outbreak: Catalyzing a “Shift” in Global Health Governance? BMC Infectious 16:699
– Gozzer E. et al (2016). Contribución del Perú en las iniciativas para promover la seguridad sanitaria mundial. Revista Peruana de Medicina Experimental y Salud Pública, 33(3), 574-579. |
12 de maio |
6) |
Zika e os limites da saúde global |
– Diniz, D. Zika. Documentário. 29 minutos
– Diniz, D. (2016) Zika: do sertão nordestino à ameaça global.
– Nunes, João, & Pimenta, Denise Nacif. (2016). A EPIDEMIA DE ZIKA E OS LIMITES DA SAÚDE GLOBAL. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, (98), 21-46. |
|
|
|
|
19 de maio |
7) |
Austeridade e saúde |
– Géricault. A balsa da Medusa. 1819
– Stuckler, D; Basu, S. (2014). A economia desumana: porque mata a austeridade. Lisboa: Editorial Bizâncio.
– Legido-Quigley, H et al. (2016). Effects of the financial crisis and Troika austerity measures on health and health care access in Portugal Health Policy, Volume 120, Issue 7, 833–839.
– Karanikolos M et al. (2016). Effects of the Global Financial Crisis on Health in High-Income Oecd Countries: A Narrative Review. Int J Health Serv. 46(2):208-40.
– Labonté R, Stuckler D (2016) The rise of neoliberalism: how bad economics imperils health and what to do about it. J Epidemiol Community Health 2016;70:3 312-318 |
26 de maio |
8) |
Justiça e saúde global |
– Luz [d’après l’oeuvre d’Albert Cohen]. (2016) Ô vous frères humains. Paris: Futurópolis.
– Ottersen et al. (2014) As origens políticas das inequidades em saúde: perspectivas de mudança. The Lancet- Comissão da Universidade de Oslo sobre Governança Global em Saúde. RJ: CRIS/Fiocruz.
– Venkatapuram, S. (2016) On Health Justice. Some Thoughts and Responses to Critics. Bioethics, 30: 49–55.
– McNeill, Desmond et al. (2016) Political origins of health inequities: trade and investment agreements. The Lancet, november. |
2 de junho |
9) |
Cobertura universal de saúde x direito à saúde |
– Noronha, JC. (2013). Cobertura universal de saúde: como misturar conceitos, confundir objetivos, abandonar princípios. Cadernos de Saúde Pública, 29(5), 847-849.
– Buss PM et al. (2016). Desenvolvimento, saúde e política internacional: a dimensão da pesquisa & inovação. Cadernos de Saúde Pública, 32(Supl. 2), e00046815.
– The Lancet/OPS. Cobertura universal de salud en Latinoamérica. MEDICC Review Suplemento 2015, Vol 17, No 1
– Riedel E. (2009) The Human Right to Health: Conceptual Foundations. In: Clapham, Andrew; Robinson, Mary. Realizing the right to health. Zurich: Swiss Human Rights Books, 2009, p. 21-39. |
9 de junho |
10) |
Gênero e saúde global |
Ebola gender and conspicuously invisible women in global health governance
– Harman S (2011). The Dual Feminisation of HIV/AIDS. Globalizations Vol. 8 (2)
|
23 de junho |
11) |
Mobilidade humana e saúde global |
– Rosi G. (2016) Fogo no Mar. Documentário.
– Ventura, D. Mobilidade Humana e Saúde Global. Revista USP n. 107 Dossiê Saúde Urbana, p.55-64.
– Ventura D, Holzhacker V. (2016). SAÚDE GLOBAL E DIREITOS HUMANOS: O PRIMEIRO CASO SUSPEITO DE EBOLA NO BRASIL. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, (98), 107-140.
– Steffens I, Martins J. (2016). “FALTA UM JORGE”: A SAÚDE NA POLÍTICA MUNICIPAL PARA MIGRANTES DE SÃO PAULO (SP). Lua Nova: Revista de Cultura e Política, (98), 275-299. |
30 de junho |
12) |
Mais Médicos: mobilidade internacional de profissionais de saúde e política externa cubana |
– Alcântara A (2015). Mais médicos. Livro de Fotografias. Terra Brasilis.
– Campos G. & Pereira Júnior N. (2016). A Atenção Primária e o Programa Mais Médicos do Sistema Único de Saúde: conquistas e limites. Ciência & Saúde Coletiva, 21(9), 2655-2663.
– Scheffer M. (2016). Para muito além do Programa Mais Médicos. Ciência & Saúde Coletiva, 21(9), 2664-2666.
– Marimón N & Martínez Cruz E. (2010). Evolución de la colaboración médica cubana en 100 años del Ministerio de Salud Pública. Revista Cubana de Salud Pública, 36(3), 254-262.
– Caballero González JE et al.(2015). Proyecto “Mais Médicos para Brasil”: nueva modalidad de colaboración cubana en el exterior. EDUMECENTRO, 7(1), 171-177. |
7 de julho |
|
13h30 – Avaliação institucional discente
14h – Palestra no Auditório João Yunes
|
|
|
|
|
|
|
|

V – Outras referências bibliográficas
Gerais
Haring. Portal da The Keith Haring Foundation. Especialmente produção dos anos 1988 e 1989.
Pandemia. Caixa de Cordéis. São Paulo: N-1 edições. 2016.
Sacco, Joe. Notas sobre Gaza. Companhia das Letras: 2010.
Salgado, Sebastião. O fim da pólio. Companhia das Letras: 2003.
Tapajós, Ricardo. A arte e a epidemia de HIV/Aids. IX Curso Avançado de Patogênese do HIV – FM/USP. Video. 2014
Tolstói. A morte de Ivan Ilitch. 2 ed. São Paulo: 34, 2009.
No campo da saúde global
Barrutti, Soledad. Malcomidos – cómo la industria alimentaria argentina nos está matando. 9 ed. Buenos Aires: Planeta, 2016.
Biehl, João; Petryna, Adriana (orgs.). When People Come First. Princeton: Princeton University Press, 2013.
McGoey, Linsey. No Such Thing as a Free Gift: The Gates Foundation and the Price of Philanthropy. Verso Books, 2016.
Barbosa, Ana de Oliveira; Costa, Ediná Alves. “Os sentidos de segurança sanitária no discurso da Agência Nacional de Vigilância Sanitária”, Ciênc. saúde coletiva 2010, vol.15, suppl.3, pp. 3361-3370. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/csc/v15s3/v15s3a11.pdf
Bastos, Francisco. Saúde em questão. São Paulo: Claro Enigma/Rio: Fiocruz, 2011.
Buss, Paulo; Ferreira, José Roberto, “Brasil e saúde global”. In: Milani, Carlos; Pinheiro, Leticia.Política externa brasileira: as práticas da política e a política das práticas. Rio de Janeiro: FGV, 2012.
Buss, P.M.; Ferreira, J.R. Cooperação e integração regional em saúde na América do Sul: a contribuição da Unasul-Saúde. Ciência e Saúde Coletiva, v.16, n.6, 2011, p.2699-2711.
Castro, Edgardo. Vocabulário de Foucault: um percurso pelos seus temas, conceitos e autores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009
Dallari, Sueli; Nunes Jr., Vidal Serrano. “O direito à saúde na Constituição de 1988”. In: Direito Sanitário. São Paulo: Verbatim, 2010, p. 64-97.
Fidler, David. “The Challenges of Global Health Governance”, Council on Foreign Relations Working Paper, May 2010. Disponível em http://www.cfr.org/global-governance/challenges-global-health-governance/p22202
Foucault. Naissance de la clinique. Une archéologie du regard médical. Paris: PUF, 1963.
Gadamer, Hans-Georg. “Apologia da arte de curar”. In: O Mistério da Saúde. Lisboa: Edições 70, 2009, p. 45-58.
Gostin, Lawrence. Global Health Law. Harvard University Press, 2014.
ISAGS-UNASUL. Vigilancia en Salud en Suramerica. Rio de Janeiro: ISAGS, 2013.
Kerouedan, Dominique. Géopolitique de la santé mondiale. Cours au Collège de France. Aula 1. Disponível em http://www.college-de-france.fr/site/dominique-kerouedan/
Koplan et al. “Towards a common definition of global health”, Lancet 2009. Disponível em http://www.college-de-france.fr/media/dominique-kerouedan/UPL4514789988916504978_D__finition_de_Global_health.pdf
Mello e Souza, André de. “Saúde pública, patentes e atores não estatais: a política externa do Brasil ante a epidemia de aids”. In: Milani, Carlos; Pinheiro, Leticia. Política externa brasileira: as práticas da política e a política das práticas. Rio de Janeiro: FGV, 2012.
Ocké-Reis, Carlos. SUS – o desafio de ser único. Rio: Fiocruz, 2012.
Paim, Jairnilson. Reforma sanitária brasileira – contribuição para a compreensão e crítica. São Paulo: Hucitec, 2008.
Revel, Judith. Foucault, une pensée du discontinu. Paris: Mille et une nuits/Fayard, 2010.
Schefer, Mario. Coquetel – a incrível história dos antirretrovirais e do tratamento da Aids no Brasil. São Paulo: Hucitec/Sobravime, 2012.
Ventura, Deisy. Direito e saúde global – o caso da pandemia de gripe A(H1N1). São Paulo: Expressão Popular/Dobra Editorial, 2013.
Tabuteau, Didier; Morelle, Aquilino, La santé publique, Paris: PUF, 2010.
Curtir isso:
Curtir Carregando...