Em excelente artigo para Foreign Affairs em 2020, Michael T. Osterholm e Mark Olshaker refletem acerca da preparação de curto e longo prazo para uma pandemia. Os autores relembram que, apesar de a pandemia de COVID-19 nos ter pegado de surpresa, inclusive em termos econômicos, uma vez que não havia previsão para alocação de ostensiva de gastos para ameaças microbiológicas, esta não foi a primeira vez. Os autores ressaltaram que o SARS em 2003 na Região Asiática, o MERS em 2013 no Oriente Médio, a Zika na América Latina em 2014 e o Ebola na África Ocidental entre 2014 e 2016 foram todas situações que tomaram de surpresa a população mundial. No entanto, os autores acreditam que a COVID-19 não foi a última pandemia de nosso século, e, portanto, precisamos nos preparar com mais diligência para futuras ameaças.
Para os autores, diversos fatores, inclusive o aumento populacional em mega cidades, a globalização e o uso de antibióticos em doses excessivas são fatores que aumentam significantemente a possibilidade de uma nova epidemia em um futuro próximo. No longo prazo, é imprescindível que invistamos esforços suficientes em pesquisa científica, formação de profissionais e capacidade de monitoramento de ameaças. No curto prazo, é necessário atentar-se à criação de protocolos e diretrizes com nível suficiente de enforcement para respostas rápidas e coordenadas.
Enviado por Alice Ribeiro Bertoni Goncalves
Disponível em Foreign Affairs: https://www.foreignaffairs.com/articles/united-states/2020-05-21/coronavirus-chronicle-pandemic-foretold
