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Ebola e Covid-19, de Marianna Zawadi Kitenge

19 novembro 2021

Ebola e Covid-19, de Marianna Zawadi Kitenge

Depois do surto da epidemia Ebola no território congolês o que veio a ser declarado como uma emergência mundial, hoje a República Democrática do Congo enfrenta com o mundo a pandemia do novo Coronavírus, o Covid-19. Este texto visa apresentar dados oficiais publicados pelo Ministério da Saúde congolês, da OMS e também de outras fontes como a mídia nacional e internacional. 

Ebola e Covid-19.

As ondas da epidemia de Ebola entre 2018 e 2020 constituem a décima aparição da doença no Congo. Segundo a OMS, esse período foi no qual houve mais óbitos de pessoas contaminadas em RDC. Com tudo, foram 2 299 óbitos dos 3481 contaminados e 1162 sobreviventes. Segundo o PEBMED, na história de 44 anos da Ebola esse foi o segundo maior número de mortes causadas pela doença, esse surto no Congo nesse período vem atrás apenas de um outro surto que aconteceu entre 2013 e 2016 em três países da África Ocidental e que resultou em 11300 pessoas mortas. No Congo ainda, além dessa décima aparição do Ebola, entre 2020 e maio deste ano, o Ebola tinha voltado duas vezes em algumas regiões do país e foram registrados casos de óbitos. O surto 2018-2020 foi o 10º da República Democrática do Congo e o mais letal do país, com 3.481 casos, 2.299 mortes e 1.162 sobreviventes. O país também experimentou seu 11º surto ocorrido na província de Equateur em junho do ano passado. Neste 11° surto foi registrado 42,3% de taxa de mortalidade significativamente menor comparando a 10° surto que foi com a taxa de mortalidade elevada a 66%. Essa baixa significativa na taxa de mortalidade ocorreu também graças à resposta dos Médicos Sem Fronteiras na região a partir do mês de junho quando começou o surto. O MSF apoiou as ações do sistema de saúde local também em várias outras situações signatárias como por exemplo a da malária. Como emergência, foi adotado logo na descoberta dos primeiros casos medidas estratégicas e inovadoras, incluindo locais fixos e móveis.

Covid-19 chegou no Congo.

O país ainda não tinha terminado de lutar contra o Ebola, se viu enfrentando uma nova emergência sanitária, a pandemia do novo coronavírus.  Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o primeiro caso do covid-19 foi declarado no dia 10 de março de 2020 na capital Kinshasa. O Ministro da Saúde do Congo-Kinshasa, representado pelo Dr. Eteni Longondo, que os testes realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Biomédicas (INRB) revelaram que um cidadão congolês testou positivo para o novo coronavírus, transmissão teria ocorrido no exterior. O paciente acabou retornando para França no dia 8 de março de 2020, seu país de residência. No Congo o órgão responsável pelos dados da pandemia do covid se chama “Comité Multisetoriel de la Riposte a la Pandemie du Covid-19 en RDC” (CMR COVID-19), e trabalha junto com o Ministério da Saúde. O último relatório no site da CMR é do dia 20 de agosto de 2021. Segundo esses dados, desde o dia 01 de março do ano passado quando foi descoberto o primeiro caso até então foram registrados 54 009 casos confirmados. 1053 pessoas infelizmente vieram a óbito e 30 858 foram curadas. No país, o teste do Covid é totalmente gratuito para toda a população, apenas viajantes que pagam 30 dólares americanos. Na tabela abaixo, são apresentados o número de caso confirmados em cada um dos 26 províncias da República Democrática do Congo. Tendo o mais número em Kinshasa, a capital com um total de 33 779 casos e o menor número na província de Maï-Ndombe com apenas 2 casos.

Da vacinação…

No pais a vacinação começou a partir do dia 19 de abril de 2021 com a vacina AstraZeneca. Até o dia 10 julho desse ano 81 910 pessoas tinham tomado a primeira dose e 4260 a segunda dose. No dia 10 de julho a vacinação foi suspensa por causa de 179 600 doses vencidas descobertas. Na tabela a seguir, apresenta-se o número de pessoas vacinadas por província (1° e 2° dose).

Com os dados apresentados, a OMS declarou que existe subcontagem de números e pode ser que os números sejam maiores. Mas além disso o governo soube tomar as medidas preventivas necessárias a tempo para evitar catástrofes ainda mais drásticas.

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