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BBC News: Mulheres demoram muito mais tempo para serem diagnosticadas com TDAH

29 outubro 2021

BBC News: Mulheres demoram muito mais tempo para serem diagnosticadas com TDAH

Psicólogos têm alertado para o fato do preconceito e de estereótipos levarem muitas mulheres com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade a não serem diagnosticadas. Tudo começa na infância, quando a criança começa a demonstrar desatenção, inquietude e impulsividade. Enquanto esses sinais tendem a ser investigados se percebidos em garotos, em garotas tendem a ser tratados como perturbações e relevados. De acordo com especialistas, as mulheres costumam aprender a camuflar esses sintomas, que podem ser vistos como ansiedade ou depressão. Além disso, essas mulheres podem ter outras condições juntamente ao TDAH, como autismo. 

O impacto da falta de diagnóstico, ou de um diagnóstico incompleto ou incorreto tem é muito grande. Hester, uma das mulheres entrevistadas, disse que a falta de diagnóstico a fez sentir constantemente que não estava atingindo seu verdadeiro potencial. Para Twiggy, afetava a forma como se via, mas quando teve o diagnóstico confirmado pode perceber que não era “burra” ou “irritante”, mas sim que seu cérebro funcionava de uma certa forma. Para Sheelagh, sua adolescência foi marcada por pensamentos suicidas e sua vida adulta por comportamentos arriscados, chegando a se envolver em seis acidentes de carro, até que aos 63 anos foi finalmente diagnosticada. 

Embora o número de mulheres diagnosticadas tenha aumentado ao longo dos anos, ainda é muito desproporcional em comparação ao de homens. Tendo em vista as consequências negativas na vida, relacionamentos e carreira dessas mulheres, além da possibilidade do desenvolvimento de quadros de ansiedade, depressão e transtornos alimentares, é urgente que os especialistas e departamentos de saúde desenvolvam formas de compensar e suprir essas falhas.

Enviado por Mariana Rosa Santos

Notícia de Tobias Chapple e Anna Collinson disponível na BBC: https://www.bbc.com/news/health-59038116

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Carolina Almeida Freitas
2 anos atrás

Nunca havia pensado sobre isso, mas não me surpreende, apenas reforça o que já sabemos: a força que a mulher precisa demonstrar é surreal, e aí quando precisamos de ajuda com uma questão de saúde, isso não é questionado, somos vistas como burras, incompetentes e nos reduzem a uma mulher incapaz. Ótimo texto.

Marina Gallerani
2 anos atrás

Recentemente assisti uma série na Netflix chamada “Love on the Spectrum”, que acompanha a trajetória de jovens adultos no espectro do autismo buscando por uma relação amorosa. É frequentemente comentado pelas participantes mulheres do programa como elas receberam diagnósticos tardios, enquanto os homens costumam ser diagnosticados ainda na primeira infância, pelo simples fato de os parâmetros e comportamento característicos do autismo terem sido determinados baseando-se na apresentação que têm no gênero masculino, e as características se apresentarem de maneira distinta em pessoas do gênero feminino. Aproveito para recomendar a série a todos.