A cobertura vacinal internacional contra a COVID-19 sofre, atualmente, com um grande grau de desigualdade entre regiões ricas e regiões pobres. Enquanto os primeiros foram capazes de garantir encomendas para cobrir muitas vezes suas próprias populações já em 2021, os últimos têm de lidar com orçamentos restritos, doações internacionais limitadas e atrasos em entregas. Essa situação torna-se ainda mais grave se considerarmos mudanças como essa: a decisão da AstraZeneca de passar a lucrar sobre a venda de sua vacina, em um momento em que uma grande parcela da população mundial – particularmente no Sul Global – continua desprotegida contra o Coronavírus. Por fim, soma-se a isso, o fato de análises apontarem que cerca de 97% dos fundos para o desenvolvimento da vacina da AstraZeneca tiveram origem pública, não custando para a multinacional farmacêutica. O lucro em cima da saúde é um debate constante e ativo, mas mesmo para aqueles que o defendem: é este o momento para lucrar? Enviado por Gabriel Alegria dos Santos Reis
Notícia de Tom Espiner na BBC: https://www.bbc.com/news/business-59256223