A campanha da OMS para o Dia Mundial da Saúde, realizada no dia 8 deste mês, chamou atenção a um tema que vem crescendo em atenção mundo afora: a depressão.
Estima-se que atualmente existam 300 milhões de pessoas no mundo que sofrem de depressão e/ou de ansiedade severa, enquanto apenas 50% em média destes enfermos recebem tratamento. No mesmo sentido, em média, a porcentagem dos investimentos estatais em saúde que se direcionam para saúde mental está em 3% (chegando a escassos 1% nos países mais pobres).
Na América Latina, continente comumente tratado no imaginário popular como uma região de alegria e festa, a média de incidência destas doenças chega aos 20%, segundo estudo publicado no 43º volume do International Journal of Epidemology.
A matéria é de Mariana Kaipper Ceratti, produtora online do Banco Mundial, e está disponível no link: http://internacional.elpais.com/internacional/2017/04/08/america/1491608476_576236.html
Enviado por Henrique Góes
É bastante interessante explorar o imaginário popular de que existe uma imagem da América Latina substancialmente alegre. Bem como se estigmatiza a figura do depressivo sempre triste, melancólico, apático. Fico pensando em que medida essa imagem exposta no título da notícia não pode corroborar com estruturas arduamente enfrentadas por aqueles que sofrem com a patologia sem apoio social, familiar, estatal. O Brasil é um país tropical, festivo, “alegre” mas tem o maior índice da América Latina que registram a população com o transtorno mental, de acordo com a OMS, vide http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-04/no-dia-mundial-da-saude-oms-alerta-sobre-depressao. Estamos lidando com um efeito sistemático e a nível global, já atravessamos o período das propagandas enganosas a respeito da cultura de um povo. Mas fazemos uso para ilustrar o descompasso do que seria “normal”. Paradoxos.