Cidades sustentáveis e saudáveis:
microcefalia, perigos do controle químico e o desafio do saneamento universal
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Abrasco emite Nota oficial onde diz não às mesmas medidas ineficazes e perigosas e sim às ações socioambientais transformadoras
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A Abrasco manifesta-se sobre a epidemia de microcefalia para aprofundar reflexões, questionamentos e fazer proposições que possam orientar as políticas públicas na intervenção preventiva frente ao surto.
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Questionamos por que não foram priorizadas até agora as ações de saneamento ambiental, estratégia que parece ficar ainda mais distante? O que de fato está sendo feito para o abastecimento regular de água nas periferias das cidades? Como as pessoas podem proteger a água para consumo? Por que, apesar de muitas cidades terem coleta de lixo regular, ainda se observa uma quantidade enorme de lixo diariamente presente no ambiente? E a drenagem urbana de águas pluviais? E o esgotamento sanitário?
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Nós, sanitaristas e pesquisadores da Saúde Coletiva, reivindicamos das autoridades competentes a imediata revisão do modelo de controle vetorial.
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O foco deve ser a eliminação do criadouro e não do mosquito adulto
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O amparo às famílias acometidas pelo surto de microcefalia deve ser dado mediante a uma política pública perene, com especial atenção ao pré-natal. Uma agenda de pesquisa deve ser proposta prevendo ampla oportunidade para que grupos interdisciplinares possam aportar novos conhecimentos em uma perspectivatransparente e participativa.
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Não pode ser adotado um discurso de responsabilização unilateral das famíliaspelo controle do Aedes, eximindo o poder público de seu dever de realizar uma ampla reforma urbana em curto espaço de tempo.
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Cidades sustentáveis e saudáveis
– este é o desafio urgente.
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