
“Checar passageiros de avião é, na maior parte, uma reação política. Não vai manter o ebola fora (de um país), é quase inevitável – vamos ver pessoas na Europa infectadas com o ebola de vez em quando. É assim que as coisas estão agora por causa da globalização – as pessoas viajam”, disse.
“Perguntar se uma pessoa está com febre, bem, as pessoas podem não dar, necessariamente, uma resposta honesta. Checagens nunca pararam uma epidemia. Eles tentaram com a SARS, com epidemias de gripe, então é mais simbólico e certamente não tem nenhuma base científica”, acrescentou.
Piot afirmou ainda que a Europa não está fazendo o bastante para combater a epidemia.
“A Europa está ficando para trás quando se trata de lutar contra o ebola. Não apenas a União Europeia, mas também os estados-membros individuais. Tirando a Grã-Bretanha. Olhe para o que os Estados Unidos estão fazendo, o que a China está fazendo, o que Cuba faz. E você se pergunta: onde está a Europa? E nós temos tanto a oferecer quando se trata de luta contra o ebola. Então este é o momento de a Europa agir”, disse.

Epidemia de ebola na África provoca temor mundial306 fotos
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Cinco a dez mil por semana
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número de mortes devido à epidemia de ebola subiu para 4.447, a maioria na África Ocidental. O número total de casos registrados chegou a 8.914.
Nesta terça-feira, o diretor-geral assistente da OMS, Bruce Aylward, afirmou e Genebra que o número de pessoas infectadas pela doença nesta região da África pode ficar entre 5 mil e 10 mil por semana até o final do ano, se os esforços globais no combate à doença não aumentarem.
Segundo Aylward, a taxa de aumento no número de novos casos em algumas áreas do chamado “epicentro” doença diminuiu.
Serra Leoa, Libéria e Guiné são os países mais afetados pela doença.
No entanto, Aylward afirmou que a doença agora está se espalhando em novas áreas, não apenas nas principais cidades dos três países, mas em direção à fronteira com a Costa do Marfim.
“Em certas áreas estamos vendo os (números da) doença caindo, mas isto não significa que vão zerar”, disse.
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou uma doação de US$ 25 milhões para ajudar a combater o ebola.
Zuckerberg disse que o dinheiro será usado pelo Centro para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), ligado ao Departamento de Saúde dos EUA.
A doação visa garantir que o vírus não se transforme em uma crise de saúde global no longo prazo.
O secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que a doação de Zuckerberg é uma excelente demonstração de liderança.